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jueves, 6 de diciembre de 2012

OSCAR NIEMEYER, UN ARQUITECTO COMUNISTA

Por: Camarada Frank Svensson, Arquitecto, Miembro delo Comité Central del PCB

Neste depoimento de Frank Svensson, também arquiteto e integrante do Comitê central do PCB, quando do aniversário de 100 anos de Oscar Niemeyer, conhecemos um pouco mais da trajetória deste ícone brasileiro.

Nasci em Belo Horizonte, em 1934. Dezesseis anos após tinha minha carteira de trabalho. De dia trabalhava como apontador de obra numa pequena empresa de construção civil. À noite cursava o científico, preparando-me para ingressar nalgum curso superior. Natural ser-me-ia escolher engenharia civil. Na minha família não havia ninguém com formação superior, e eu temia as disciplinas das “ciências exatas”. Como havia ouvido que cursar arquitetura era menos difícil, concorri em 1957 ao exame vestibular na Escola de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Minas Gerais. Fui reprovado em desenho artístico, o que me fez matricular-me numa Escola de Belas Artes. No ano seguinte fui admitido em arquitetura.

Antes eu havia acompanhado a construção dos edifícios do conjunto da Pampulha. Surpreendiam-me as formas curvas das obras de Niemeyer. Contrastavam com a retilineidade das obras da empresa em que eu trabalhava. Soube que ele, no início de sua carreira, trabalhara com Lúcio Costa. Sabia também que Bela Bartok fazia levantamentos de música popular húngara para depois reinterpretá-las em composições modernas. – Não seria o mesmo caso de Niemeyer?

Hoje percebo tratar-se de algo muito mais significativo. A geometria euclidiana surge do movimento das ferramentas: a linha reta do ato de serrar, o círculo do ato de tornear etc. Aproxima-se da matemática permitindo o cálculo das formas. Sou do tempo das máquinas de calcular. Permitiam-nos até três incógnitas, no máximo quatro. Que trabalheira... Com a ajuda do sábio Joaquim Cardoso, Niemeyer movia uma luta intensa para aproximar o conhecimento das formas à assimetria encontrada na natureza. É de se reconhecer o avanço que a geometria euclidiana teve para o domínio da natureza. Niemeyer, no entanto, procurava uma geometria mais avançada que a euclidiana, permitindo uma melhor integração entre a sensibilidade do arquiteto, no construído pelo homem, e a natureza. Com o surgimento da informática é que ocorreria um salto maior em relação a tal aproximação.

No fim de 1958 aceitei ser responsável por uma das secretarias do Centro Acadêmico e no ano seguinte ingressei no PCB. Sabíamos que Niemeyer vez por outra pernoitava em Belo Horizonte, a caminho de Brasília. Eu e mais três alunos (todos comunistas) decidimos procurá-lo no hotel em que se hospedava. Sugeriu-nos passar as próximas férias de fim de ano estagiando no escritório que dirigia em Brasília. Claro que aceitamos e passamos a nos preparar para isso. Uma vez em Brasília fomos encaminhados ao arquiteto Gladson da Rocha, que voltara do México e participava da equipe de