Saudades do socialismo
Avante/Portugal
Um estudo sociológico realizado entre os dias 16 e 17 de Janeiro em 140 núcleos populacionais de 42 regiões da Federação Russa, envolvendo 1600 inquiridos, confirma que a maioria dos russos valoriza a construção do socialismo levada a cabo durante mais de 70 anos no país.
Tomando como indicador a palavra soviético, os entrevistados foram questionados, em pergunta aberta, mas limitada a duas respostas, sobre que sentimentos experimentavam ao ouvi-la. 31 por cento responderam «nostalgia», 18 por cento, «orgulho», 17 por cento, «aprovação», 13 por cento, «agradecimento», 10 por cento, «admiração» e outros tantos «esperança». Apenas 13 por cento disse experimentar «indiferença», 6 por cento responderam «decepção» e 3 por cento referiram «reprovação» e «cepticismo», respectivamente.
Quanto à palavra antisoviético, 23 por cento dos inquiridos disseram condená-la, 22 por cento mostraram-se indiferentes, 13 por cento referiram-se decepcionados, 11 por cento referiram «ódio e ira», e 8 e 6 por cento «vergonha» e «medo», respectivamente.
No mesmo estudo, quando questionados sobre as associações que lhes evocava a palavra soviético, os participantes da amostra sublinharam «recordações boas e agradáveis» em 14 por cento dos casos (dos 45 aos 59 anos e entre os inquiridos com mais de 60 anos, a percentagem supera a média com 17 e 21 por cento, respectivamente); «ordem na vida, no país, estabilidade e segurança no futuro», 11 por cento (nas três categorias etárias dos 35 anos em diante o total de respostas supera igualmente a média); «grande país, grande potência e URSS», em 9 por cento dos casos;
«Ideologia, propaganda e comunismo» (7 por cento), «infância e juventude» (7 por cento), «nostalgia» (6 por cento), «saúde, educação férias e habitação gratuita» (4 por cento), «amizade entre os povos e união entre as nações» (4 por cento).
Nas antípodas destas respostas estão as fornecidas quando questionados sobre os sentimentos que lhes convoca a palavra anti-soviético. 16 por cento consideram algo negativo que lhes provoca «repúdio»: 10 por cento referiram «traição à pátria e inimigos do nosso país»; 7 por cento falam em «anarquia, destruição e medo do futuro»; 5 por cento disseram «inimigo do povo e dissidente», e 4 por cento lembraram «Hitler, guerra e fascista».
Os promotores do estudo foram ainda mais longe e numa pergunta limitada a apenas uma resposta quiseram saber se os inquiridos achavam que se podia permitir a palavra anti-soviético em nomes de estabelecimentos públicos: 69 por cento entendem que não se pode permitir.Ao contrário, a palavra soviético, dizem os inquiridos, deve ser utilizada em qualquer contexto. Assim dizem pensar 43 por cento dos questionados, contra 37 por cento que se manifestam contrários e 20 por cento que não sabe ou não responde.
Rescrever a históriaEnquanto na Rússia os questionários mostram uma valorização positiva do passado socialista do país, na Geórgia, outra ex-república soviética, as autoridades tudo fazem para rescrever a história e apagar o passado.
Na localidade de Dioknisi, no final do mês de Janeiro, começou-se a desmantelar um monumento de homenagem aos caídos na Grande Guerra Pátria, no qual constavam as fotografias dos georgianos que participaram na epopeica vitória sobre o nazi-fascismo.
O monumento foi posteriormente encerrado no sótão de uma escola primária.Antes, a 19 de Dezembro, em Kutaisi, segunda maior cidade georgiana, destruíram à bomba outro monumento. A explosão provocou a morte a uma mulher e a uma criança, isto apesar dos autores terem antecipado a destruição do monumento face à data anunciada para evitarem os protestos populares.
Fuente: Avante/PrensaPopularSolidaria http://prensapopular-comunistasmiranda.blogspot.com Correo: pcvmirandasrp@gmail.com
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